ANECS

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ANECS – Articulação Nacional dos Estudantes de Ciências Sociais



“(...)
Não importa que doa:
É tempo de avançar de mão dada
Com quem vai no mesmo rumo”
(Para os que virão – Thiago de Mello)

No XXVI Encontro Nacional de Estudantes de Ciências Sociais, ocorrido em julho de 2011, em Belo Horizonte, os Estudantes de Ciências Sociais decidiram se organizar em uma Articulação Nacional, a fim de melhor acumular em suas pautas políticas e acadêmicas, dando maior conseqüência às suas discussões.


É nesse sentido que surgiu, então, a Articulação Nacional dos Estudantes de Ciências Sociais – ANECS!


De caráter provisório, a intenção da ANECS é ser o embrião de uma organização cotidiana dos estudantes. Até o ENECS de 2012, de Santa Maria, cabe a esta entidade experimentar formas organizativas, pensar sobre o processo de organização dos estudantes e, o principal, construir lutas por melhores condições de formação profissional, sempre com muita conseqüência e criatividade.


Por que nos organizamos?


Há muito tempo que o Movimento Estudantil de Ciências Sociais (MECS) tem discutido a necessidade de se organizar, de conseguir constituir-se enquanto um sujeito coletivo capaz de tomar decisões e responder às necessidades dos estudantes. Muitos estudantes, coletivos, Centros e Diretórios Acadêmicos avaliavam que de um ENECS a outro o MECS pouco avançava. Conseguimos acumular muito pouco as discussões feitas nos Encontros, decidimos fazer um monte de coisas e não conseguimos fazê-las. Por isso, precisaríamos de nos organizar de outra forma, já não era aceitável continuar a viver como se o MECS se resumisse aos espaços dos Encontros, é necessário que o MECS aconteça todos os dias em todas as escolas.


Apontamos também que muitos dos ataques e dos desafios que os estudantes de Ciências Sociais enfrentam são fruto de determinações nacionais, e não só locais. A precarização da Universidade Pública, a não-regulamentação profissional e os ataques públicos, em especial da Revista Veja, ao papel do cientista social impõe uma resposta de uma organização de abrangência nacional.


Além do acúmulo nas pautas que nos tocam e da necessidade de reagir a demandas nacionais, nos organizamos para sair do isolamento. Somos um conjunto de estudantes de Ciências Sociais e como tais, temos aspirações, preocupações, demandas e interesses em comum; começamos, então, a identificarmo-nos como portadores de uma mesma identidade, um só sujeito – o que não quer dizer que não sejamos diferentes, que não exista contradição dentre nós, mas quer dizer que temos muito em comum, que conseguimos nos constituir enquanto um só corpo, o de estudante de ciências sociais, com toda a amplitude que isso significa -, com uma história em comum e, fundamentalmente, com um destino em comum e a ser traçado por nós em conjunto.


Estamos organizados na ANECS também por entender a necessidade de um instrumento que dê continuidade às discussões e posições políticas que o MECS assume hoje. Que dê continuidade e, principalmente, aprenda com as experiências que hoje vivenciamos. Só um instrumento plural, democrático, organizado e pedagógico é capaz de passar adiante, aos futuros estudantes de Ciências Sociais, todo o acúmulo que temos no presente. A ANECS pretende ser esse instrumento, pretende ser um espaço pedagógico, que ensine, e aprenda, às (das) futuras gerações um fazer político, e por isso humano, que pouco a pouco vamos aprendendo e construindo hoje.


Quais são nossas tarefas imediatas?


A ANECS ainda é nova. Todos os primeiros passos são complicados, uma nova experiência de mundo; por isso precisamos de muitos cuidados e muita paciência neste momento. Uma organização não se sustenta em torno de si própria, é preciso que se tenham pessoas dispostas a construí-la. Por isso a tarefa central hoje que a ANECS assume é existir de fato no maior número de escolas possível. É preciso que os estudantes se organizem em seus locais de estudo, que em cada lugar que existir as Ciências Sociais exista também a ANECS, como a voz e o corpo dos estudantes deste curso.


Mas ninguém quer ficar organizado à toa, ninguém quer ter uma bandeira pra ficar guardada no armário. Os estudantes de Ciências Sociais querem fazer lutas, querem voltar a ser perigosos. Se em alguns lugares a tônica é criar a modalidade de licenciatura, em outros é qualificar a formação desses futuros professores; em algumas escolas, particulares principalmente, há que defender que o curso não acabe por não ser lucrativo, em outras é defender que o curso não seja precarizado. Existe uma infinidade de pautas, um monte de motivos para os estudantes se organizarem para lutar. Em cada uma dessas lutas a ANECS deve estar presente, deve se posicionar, deve ser o estudante! É essa a tarefa que a ANECS vem a cumprir!


* Texto escrito por Paulo Antonio, militante da ANECS-BH e Coordenação Nacional pelo Sudeste.
 

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