segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sobre a vivência em Gramacho

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VIVÊNCIA EM GRAMACHO - ATERRO SANITÁRIO.

"Estudos técnicos realizados pela Companhia de Limpeza Urbana do Rio de janeiro – COMLURB - mostram que o Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho está condenado. Cerca de 80% do lixo produzido na região metropolitana do Rio de Janeiro, perto de 8.000 toneladas/dia, já ameaçam sua integridade e apontam para riscos de um grave desastre socioambiental.

O aterro fica situado no Município de Duque de Caxias, RJ, no bairro de Jardim Gramacho, 1º Distrito.  Situado às margens da Baía de Guanabara, ocupa atualmente uma área de aproximadamente 1,3 milhões de m². Foi instalado a partir de um convênio firmado em 1976 entre a FUNDREM, a COMLURB e a Prefeitura Municipal de Nilópolis, e com termos aditivos ao convênio, foram incluídos os municípios de Nova Iguaçu e São João de Meriti.

O aterro está no limite de sua capacidade e já apresenta sinais que, uma parte do lixo acumulado ali nos últimos 30 anos, pode verter para dentro da Baia de Guanabara. A melhor imagem que se pode usar para descrever o que pode acontecer com o aterro é a de uma grande montanha de lixo sobre uma base gelatinosa – já que o solo é argiloso no local que outrora era mangue - que a qualquer momento pode desandar para dentro da Baia de Guanabara.", afirma o sociólogo Jorge Pinheiro, UFF.

Às vésperas do Rio+20, a conferência de meio ambiente da ONU, foi previsto o fechamento do aterro de Jardim Gramacho (23 de abril). No anúncio feito pelo atual prefeito Eduardo Paes, ele acrescenta que o Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica, novo local para onde está sendo destinado o lixo, vai passar a receber cerca de 7.500 toneladas geradas por dia na cidade — entre lixo domiciliar e varrição de ruas. Outras duas mil toneladas/dia vão continuar indo para o aterro de Gericinó, na Zona Oeste. Nesses aterros sanitários, o lixo é compactado e enterrado, e o chorume — substância líquida resultante do processo de degradação da matéria orgânica — tratado. Não há presença de catadores.

A grande questão é a seguinte: Para que as Olimpíadas possam acontecer na cidade do Rio em 2016, o nosso governo tinha de se comprometer em trazer solução para cerca de 30% do passivo ambiental da cidade. Um vez que o aterro sanitário de Gramacho é considerado o local com o maior passivo ambiental do estado, a desativação do mesmo resolveria essa questão.

Fundados nessa problemática, eles deveriam providenciar um outro lugar para que passasse a receber o lixo recolhido. O lugar determindado foi SEROPÉDICA, com justificativas de baixo índice populacional, baixa escolaridade e baixa renda percapita. Diante disso, há uma grande resistência devido ao fato da região escolhida  ser uma área que fica logo acima do aquífero de Piracema, que tem ligação com o Rio Guandú. 

Consideramos esta ação uma agressão ao meio ambiente e uma maneira de silenciar um problema, dando voz à outro: TODA ÁGUA POTÁVEL do estado será poluída, visto que este rio é o responsável por abastecer toda a cidade.  Levando em conta também as espécies em extinção e a população de Seropédica.

Sendo assim, identificamos esse momento como um tempo chave para discutirmos e pensarmos sobre esse impacto ambiental que alcançará Seropédica e, junto disso, analisar de perto as condições do aterro de Gramacho e qual o futuro da população que vive naquele lugar.

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